terça-feira, 20 de abril de 2010

CUBA


Já estou em Cuba a uma semana e depois dos mojitos, cuba libres, salsa e charutos é hora de escrever um pouco.

Foram quase 16 horas de viagem, entre o deslocamento para o Aeroporto de Confins e conexão no Panamá e a chegada a La Habana (9 horas de vôo no total do Brasil à Habana).

O Aeroporto Tocumen no Panamá é grande, a zona free tem mais lojas do que a zonas de SP, RJ e Confins juntas. Em comparação ao Brasil os preços dos perfumes são muito bons. Já para outros artigos é preciso pesquisar, celulares e câmeras fotográficas são até mais caros. Depois de embarcar novamente pela Copa Air chegamos a La Habana. Logo que desembarcamos, nada de propagandas nem lojas no aeroporto Internacional Jose Marti. Os funcionários trabalham com mascaras, por causa do H1N1, muito sérios. Mandam todos para as filas. Não carimbam o passaporte. Fui o ultimo a conseguir passar pela fila da La migracion. Por causa de um erro na  targeta e minha aparência de cubano. Tive que explicar onde nasci, quanto tempo iria ficar no país, o que fazer, enfim... Um tanto de lero lero... A atendente me perguntou por que fui mandado para a fila 22. Disse a ela que não sabia . Um senhor na fila, argentino, que viajava a Cuba pela milésima vez me disse para não esquentar com La migra – “ Lá fuera la realidad és otra...los cubanos son mas alegres”. De fato. Tudo que vi e sentir até agora, quase não lembra a sisudez dos cubanos no aeroporto.

Para começar Cuba é muito mais do que todos os livros que li, filmes e pessoas que assistir e escutei. Não entendo por que, no Brasil, muitas fotos só retratavam uma Havana com casas “deterioradas” , digo entre aspas porque algumas dessas casas apenas a fachada desbota, por dentro guardam verdadeiras relíquias da arte decor que deixaria qualquer decorador e colecionador brasileiros doidos, além disso fui numa região, onde ficam as embaixadas, onde as casas são maravilhosas. Eu procuro pela beleza e a descubro em todos os cantos da grande Habana.

Em Habana o ar é marcante. Os carros antigos despejam um composto de dióxido de carbono e desfilam entre motos, côco - taxis e carros novos de várias marcas. Há em algumas palavras de ordem escritas nas paredes, mas a cidade é limpa, sem propagandas. Pouco lixo nas ruas. O que nos gritam é as cores das fachadas, o espanhol rápido falado pelos cubanos e a alegria.


Estou encantado com a arquitetura. Há muita beleza no barroco espanhol. Os prédios são altos, os pórticos de mármore a fachada da Catedral San Cristóbal impressionantes. Graças ao planejamento, ficamos na Calle Aguila com Neptuno no limite exato entre Habana Centro.

A primeira noite jantamos no restaurante do Hotel Habana Libre. Belíssimo Hotel. Comemos um espaguete a bolonhesa e pagamos 6 cuc (cada CUC equivale a 1 dolar) por pessoa. Na gastronomia cubana há frangos de tudo quanto é tipo, um arroz misturando com feijão, legumes e verdura. Mas ainda é cedo para falar sobre isso. Tenho muito que provar. Mojitos, Cuba Libre e Daiquiri já tomei. Todos são incríveis e muito diferentes dos que já experimentei no Brasil.


No segundo dia tomamos café na Pastelaria Frances no Parque Central. Uma maravilha. Cappuccino, croassaint, pastel de frutas, suco de laranja tudo para nos dois ficou em 7,75 Cuc. Depois fomos caminhando para o Palácio de Los Capitanes Generales pela famosa Calle Obispo. A rua é incrível. Gente de todos os países. Há pouquíssimos brasileiros por aqui. Além dos amigos que viajaram não encontrei outros turistas brasileiros. Percebo que Cuba é uma mistura de mistério e pré-conceito para muitos no Brasil. A maioria esnoba Cuba e prefere a Europa ou os E.U.A. - Não sabem o que estão perdendo.

Continuando... Quando informamos que somos do Brasil, a primeira coisa que nos dão é um belo sorriso. A rua não passa carro. Andamos no meio da multidão entre lojas coloridas, casas de cultura, hotéis charmosos. Tudo muito bonito. Entrei em algumas tiendas (como se chama as lojas por aqui). Os preços de artigos de higiene são os mesmo do Brasil, até algumas coisas mais baratas. Perfume importados também são bem mais baratos ou de preço igual ao free shopping dos aeroportos. Claro que preços são bons para os brasileiros. (A economia e política é um capitulo a parte desse relato que só escreverei depois de mais pesquisa e conversas com os cubanos. Além disso é preciso contextualizar, o sistema é complexo e está prestes a mudar segundo alguns cubanos).

Habana é como um bom rum, ou vinho, ou a bebida de sua preferência. É necessário tempo para degustá-la, por isso parti para o interior para descobrir outros mistérios de Cuba e depois voltar a La Habana. Juntamente com dois espanhóis, alugamos um carro e já estamos em Cienfuegos.


Mas um mito que se foi por terra: de que não há nada para se comprar em Cuba. Também não vi crianças pedido dinheiro. Há muito o que descobrir e explorar. Por isso termino por hora.
Besitos a todos amigos brasileiros.




Cienfuegos

A cidade merece uma visita. Limpa, organizada e barata, foi fundada em 1819 por colonos franceses. Pegue um ônibus na estação central de Havana. A passagem custa cerca 20 CUCs pela Viazul. Mas tente também a Astro. Se não tiver ônibus há sempre carros particulares para fazer a viagem. Mas olhe o carro antes! Se for um carro russo só é confortável para duas pessoas atrás.


Em Cienfuegos procure casas próximas ao Parque José Martí. Assim poderá andar e conhecer a cidade. Lá é possível jantar em vários restaurantes pagando pesos cubanos, por isso assim que chegar na cidade vá a uma Cadeca e troque CUC por pesos cubanos (não troque muito, porque em poucas cidades poderá usar a moeda nacional). Uma dica é assistir o show dos golfinhos no Delfinário (10 CUCs). Muito melhor do que o show do Aquário Nacional em Havana. Se você der sorte pode ser convidado para um número, como eu fui. Foi uma experiência incrível. Ao lado do Delfinário há uma praia maravilhosa chamada Rancho Luna. Para ir a praia há ônibus desde Cienfuegos, que custa 1 peso cubano. Se for de taxi não pague mais que 8 CUCs (4 por pessoa). Também programe um passeio para visitar cachoeiras e poços maravilhosos próximo a Cienfuegos o lugar se chama “El Nicho”. Acerte um taxi no dia anterior. Para entrar é cobrado 5 CUCs de cada visitante e vale cada centavo. mergulhe na “Poceta de los enamorados”. No parque há um restaurante onde as refeições custam de 5 a 8 CUCs.


Zapata
Curta Cienfuegos mas não passe mais que três dias. Eu segui para Península Zapata, queria conhecer o lago “Cueva de los Peces” que possui 70 mts de profundidade. Para chegar lá não foi fácil. Isso porque os taxi´s queriam nos cobrar 50 CUC´s. Então fui a rodoviária um dia antes e comprei passagens a 7 CUC´s para Jaguey. O ônibus nos deixa no entroncamento em que saem carros da província para outros destinos. Zapata é logo ali. Pegue um taxi (10 CUCs) e peça para te levar a Playa Grande. Procure hospedagem na região (são muitas opções) A melhor e mais barata é ficar na casa dos cubanos que hospedam cubanos. Teoricamente não é permitido que estrangeiros se hospedem em tais acomodações, porém deixe as regras de lado e ajude o povo. Eu achei uma ótima casa com quartos separados, banheiro, ar condicionado e televisão por 20 CUCs para duas pessoas. A dona ainda nos preparou uma deliciosa lagosta por 6 CUCs cada.


Peguei um ônibus para o famoso lago, 1 peso cubano. A viagem foi incrível. De uma lado a mata preservada, do outro o lindo mar azul do caribe.

Em frente a entrada do lago há uma praia onde se pode praticar mergulho. Por 40 minutos paguei 25 CUC´s. Uma pechincha se comparado a mergulhos aqui no Brasil. Para mergulhar no lago não é preciso pagar nada, a não ser que você queira fazer snorkeling mas não tenha levado o seu. Lá eles alugam por 5 CUC´s o período, manhã ou tarde. Almoce no restaurante do lago, mesmo preço de outros 6 a 8 CUC’s. Para voltar fique atento ao ônibus ou pegue carona para voltar para Playa Grande.

Um comentário:

  1. Adorei Gil. Obrigada pelas excelentes dicas que vieram em tempo da viagem. Farei o meu registro posterior. Um grande abraço, Michelle.

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