domingo, 27 de novembro de 2011

O MODERNO SE REVELA NOS BAIRROS ANTIGOS DE SALVADOR

 Gil Sotero



“Você já foi à Bahia, nêga? / Não? / Então vá! / Quem vai ao "Bonfim", minha nêga / Nunca mais quer voltar.”

O trecho da canção de Dorival Caymmi, ilustre baiano, já é um convite irrecusável para conhecer Salvador e traduzir os versos cantados numa experiência preciosa. A primeira capital do Brasil guarda séculos de lembranças a céu aberto.
Se você quer curtir areia, mar e sol, há muitas opções. Se, por outro lado, tiver a curiosidade de descobrir os caminhos por onde a história circula, siga para o Centro Antigo.

Um breve passeio pelas ruas de paralelepípedos mostra belezas sem igual, dessas que a gente só encontra em lugares antigos como a Bahia. O conjunto arquitetônico do Pelourinho, tombado pela Unesco como Patrimônio da Humanidade, é uma dessas belezas.

E nada de sair apressado. Calma... você está na Bahia... então siga o conselho dos nativos que sempre recomendam: vá pela sombra. Observe os detalhes das edificações. Em algumas é possível distinguir o ano da construção que fica gravado no topo das casas. Assim que você estiver diante de uma das centenas de igrejas, entre, peça a benção a todos os santos e continue a descobrir Salvador.





Traçado urbano segue a tradição lusitana

Os becos e vielas foram construídos seguindo a tradição lusitana, da mesma maneira de Lisboa e Porto. Instalada logo depois de uma estreita faixa de terra denominada Cidade Baixa, Salvador foi erguida nas alturas, nítida preocupação com a segurança dos habitantes contra o ataque de invasores estrangeiros. O temor se tornou realidade em duas ocasiões, numa delas os holandeses chegaram a dominar a cidade e a expulsar a população. Não muito tempo depois, a joia do Recôncavo foi retomada por portugueses com a ajuda da Coroa Espanhola.

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